segunda-feira, 30 de julho de 2012

Era você

E eu finalizo por aqui.

A última lágrima. O último suspiro.

A última vez em que fiquei observando sua foto no meu mural. Maldita foto, ali tão linda, tão cheia de brilho no olhar e amor no começo. Tão cheia de você. Estou cheia de você! Cheia de amor, cheia de ódio, cheia de vontade, cheia de desejo, cheia de "não te quero mais", cheia de "estou mentindo". Mas você me ignora com uma maestria digna de aplausos. Me prende involuntariamente em você, com a consciência de quem sabe onde está pisando. E volta. Volta com um sorriso, um abraço, uma provocação boba. E eu derreto. Derreto de raiva, derreto de amor. Sempre derreto. E pela nonagésima nona vez, fico feito uma idiota questionando quando foi o momento em que me deixei virar essa pessoa tão "do avesso".

Nunca fui de me deixar levar por sentimentos, nunca gostei disso. Sempre fui do tipo que só apresenta os sentimentos para as pessoas certas. E por quê raios eu fui imaginar ser você a pessoa certa pra mim? Desde quando eu me deixei cegar por alguém que NUNCA demonstrou o que queria comigo? Desde quando deixei de ter o comportamento de mulher precoce para virar a menininha ultrapassada? Já me cansei disso. Cheguei ao ponto de estar cansada de mim mesma. Porque, até pra mim mesma, estou com a imagem de solteira, chata, apegada ao carinha que não quer nada com ela, que a esnoba, e deixa claro que ela não é nada, não foi e nem será. Seu verbo comigo é sempre nesse sentido. E o nunca sempre virá acompanhando. Nunca foi meu, nunca me quis de verdade, nunca vai querer, nunca vai me ver... nunca vai me amar.


E, como uma criança mimada de cinco anos, meu coração faz birra, se joga no chão, chora, se debate por você! Te odeio nesse momento, coração! Odeio essa sua mania de querer o impossível, de me colocar em prova de fogo, sabendo que eu vou me queimar e morrer. Odeio não ter o poder de te controlar e te direcionar para aquele amor seguro e confiável. Aquele amor que está naquele carinha que sempre te quis... e você teimoso, o ignorou. Aquele carinha que te daria o amor na medida que você precisa e o valor que você sempre mereceu, mas que não tem os olhos dele, não tem o sorriso dele, não tem o bom humor e a "chatice" dele. 


Coração, juro que, se eu pudesse, se eu tivesse um tête-à-tête com você, te daria uma lição!


Mas, carinha chato, eu te juro... Essa foi a última lágrima. Esse foi o último suspiro. 


E a pessoa certa? Não é você... Era você.


Só por hoje não quero mais te ver. Só por hoje não vou tomar minha dose de você. Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se curam. E essa abstinência uma hora vai passar...
Pitty

Espero que tenha sido uma boa leitura. Esse texto está um tanto quanto ácido. Porém, tenho certeza que fala o que muita gente pensa e vive. Obrigada, meus queridos leitores, pela imensa quantidade de visitas. Estou adorando escrever para o blog! 

♥ Agatha Mesquita ♥ 

terça-feira, 24 de julho de 2012

Acronimo


Deixando o destino seguir em frente

Escolhendo o caminho a percorrer
Na aventura de vida recente.
Instantes eternos que ao dizer
Só quero você plenamente
E, feliz, te fazer.

Agonia em estar só,
Bem diferente de tempos atrás,
Rapidez em sentir o efeito dominó
Estilhaços de dor, aliás,
Um coração atado com um nó 
Saudades de momentos passados
Impossíveis de serem revividos,
Lugares a serem revisitados,
Valores a serem amadurecidos
Almas com futuros entrelaçados


A garota que apareceu de repente
Refazendo o modo de viver
Alegrias para um coió
No olhar de cor lilás
Ternura e carinho transformados
Em sentimentos nascidos


               



Simplesmente por estar com você


*coió – gíria(tolo, bobo) 

Só sei que nada sei.
Sócrates


Texto de  Bruno Costa.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Mais Uma Vez...


Há dias que ela aparece assim de repente e fica por um longo tempo. Senta ao meu lado, me traz um bom vinho, conversa e às vezes até dorme comigo.

Ela vem assim, sem avisar, sem dar sinal algum. Vem em forma de letras. Em papéis de carta que encontro por acaso ao revirar minhas coisas no guarda-roupa. Estão escritas com sua caligrafia de menina dizendo as coisas mais lindas que já li.

Mas então ela se vai... um livro, uma revista qualquer, uma conversa sem sentido com alguns amigos e tudo passa.

E então ela vem. Vem em forma de imagens. Naquela foto que ainda está guardada no computador, numa pastinha especial, que por acaso encontrei ao buscar uma imagem qualquer. Naquele filme que vimos juntos os trinta primeiros minutos, e que você adormeceu no meu colo logo em seguida e eu, admirado, lhe deixava descansar. E depois, sem o menor sucesso tentava me convencer que havia visto tudo.

Mas então ela se vai... uma partida de futebol, um programa de humor na televisão e tudo passa.

Mas ela retorna... desta vez em forma de música. Canções que já cansei de escutar, mas que agora, tudo o que era cantado me fazia mais sentido, degustando cada prosa, cada misera letra. Sentia a dor na voz tremula do artista.

Mas ela se vai... um heavy metal, uma paródia qualquer que me faz rir e tudo passa.

Mas ela é insistente e astuta e volta outra vez. Ela vem também pelo ar, com o aroma do café fresquinho que me traz a imagem de você sentada no chão da cozinha com o olhar ansioso pelo lanche da tarde, com pão e queijo derretido. Vem com o cheiro do brigadeiro que só você fazia com maestria e que sabia exatamente como me ganhar.

Mas ela, enfim, se vai... uma festa qualquer com os amigos, um beijo, um carinho, um abraço e tudo passa.

Mas ela vem assim também, em forma de versos. Versos que escrevo com dificuldade em um pedaço de papel que as minhas lágrimas encontram sem cessar. Mas já estou calejado, com o tempo aprendi a suportar a dor e levantar minha cabeça mais rapidamente. Com o tempo aprendi que ela vem sem dó nem piedade, mas que logo ela vai passar.

"Se fosse só sentir saudade, mas tem sempre algo mais..."

Legião Urbana - Angra dos Reis



Texto de Diego Couto

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Tragicômico



Durante certo tempo, te interpretei da forma mais profunda, visceral e amável possível. Observei-te de longe, de perto... Vi no fundo dos teus olhos faíscas, estrelas e pontos de luz. Beijei tua boca. Quis parar o tempo, naquele momento! Pra sentir e eternizar o gosto do teu beijo. Te abracei. Fiz carinho. Fiz chamego, dengo, doce... Adormeci meus olhos nos teus, dormi nos teus braços, enquanto trançava teus dedos nos meus cabelos. Tudo foi tão lindo, tão vivo, tão apaixonante... Que era difícil de acreditar que era eu quem vivia aquilo. A sensação era tão deliciosa, o sentimento era tão puro e sincero, que meu coração sorria, cantava, criava poemas e brincava de roda, a cada carinho teu.

Onde isso foi parar?

Lembro-me de te ouvir falar: “Para onde vai esse caminho?”... Te devolvi a pergunta: “Não sei, para onde vai esse caminho?”. É... Devolver pergunta com outra pergunta não funciona.

Hoje não te interpreto mais. Não faço pausas, não te observo com meus olhos puros e apaixonados. Não derreto perante a sua presença, não sinto as “borboletas no estômago”. Consigo olhar nos teus olhos sem dilatar a pupila. Consigo conversar sem sentir as maçãs do rosto ferver, ou o corpo arrepiar... Sento ao teu lado e já não sinto a vontade de pular no teu colo, te beijar, fazer cara de boba e te arrancar um sorriso largo, sorriso que diz “Ah, sua boba... gosto de você do jeitinho que você é, até com essa cara de ‘boba’ aí!”. Ao te abraçar, já não sinto o corpo aquecer. Já não tenho medo de permanecer por mais de três segundos em teus braços, para que não penses que estou a insistir em te amar. Te abraço por cinco minutos, se você quiser, não mudará nada em mim. Não mais. Eu olhei nos teus olhos... Vi uma rua sombria com um poste velho. Senti medo de ser assaltada, de tão escuro que era o lugar.

E sabe de uma coisa? Eu achei que essa seria a melhor sensação do mundo! Te olhar e não sentir nada. Saber que eu superei você! Superei as noites em que passei acordada, sonhando com o dia em que poderia te beijar novamente, te abraçar bem apertado e dizer: “Que bom, que maravilha! Finalmente  se arrependeu de me deixar pra trás! Viu que sou sincera quando te digo que teu sorriso é lindo, que és uma pessoa rara, que eu posso te oferecer o melhor e o pior de mim, com a garantia de que jamais irá se arrepender!” 

Pois é... Essa não foi a melhor sensação do mundo. Fiquei mais triste por ter te superado, do que por ter sofrido as dores de amar sem ser correspondida. Não sei o porquê, não sei o motivo. Mas te tirar de dentro do coração doeu mais. Doeu muito mais.

Continuo a te admirar como pessoa, como ser humano, como amigo. Mas não te vejo mais como amor. Não te sonho, não te invento, não te busco... Não sofro mais. Porém...

Faria tudo de novo, sem pestanejar. Tragicômico. 

 

Espero que tenha sido uma boa leitura! Agradeço à todos pelas visitas. Meu blog tá crescendo e é graças à vocês! 

Um beijo!

Agatha Mesquita ♥

Existem duas dores de amor:
A primeira é quando a relação termina e a gente,seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva,já que ainda estamos tão embrulhados na dor que não conseguimos ver luz no fim do túnel.
A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.
A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços,a dor de virar desimportante para o ser amado. Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também…
Martha Medeiros
 



segunda-feira, 16 de julho de 2012

O lado ruim da "coisa"

Falar do que é bom muitos sabem. Eleger suas melhores qualidades, dizer que ama os animais e que faz um bolo de fubá como ninguém! É fácil falar que o seu sorriso é lindo e constante, que você é uma pessoa guerreira, sincera (Ah, e que o seu pior defeito e melhor qualidade é a sinceridade... bleeeeeh), que luta com afinco pelos ideais, que sempre enxerga o melhor dos outros, que acredita no amor verdadeiro e na beleza interior de cada um...

Difícil mesmo é enxergar os próprios defeitos. Mostrar o seu pior lado, enumerar suas "não qualidades" e, através delas, provar ao mundo que você também erra.

Me incluo nessa lista dos "só-mostro-falo-exponho-o-que-tenho-de-bom". Porém, comecei a pensar... Talvez, o que afaste nosso "amor eterno de 15 dias" de nós, seja exatamente isso. Pecamos na vontade de ser aceito. Exageramos no desejo de impressionar. Queremos que os olhos amados nos vejam da maneira mais bonita e perfeita possível. E nos escondemos sob o clichê "essa sou eu! Me ame ou me deixe". Fingimos estar humildemente reconhecendo nossos "defeitos". MENTIRA! Escondemos sempre o que temos de ruim, o que nos faz humanos complexos e estranhos.

E aquele ditado: "de perto, ninguém é normal", FAZ TODO SENTIDO!

Então, me coloquei a rabiscar meus defeitos REAIS. E a lista ficou enorme. Eis alguns:

  • Primeiro defeito real a reconhecer: TÁ, EU SOU DRAMÁTICA! (Conheço alguém que vai rir muito, lendo isso);
  • Odeio que me acordem;
  • Sou resmungona;
  • Minha mesa no trabalho é organizada, meu computador, meus textos, minha vida... Tudo está organizado. Menos o meu quarto. ODEIO ARRUMAR O MEU QUARTO!
  • Não me peça para participar de teatro. De nenhum tipo. Darei uma desculpa e um sorriso amarelo mas, no fundo, estarei com uma vontade enorme de mandar você para um lugar bem "chatinho".
  • Sou ciumenta;
  • Sou auto destrutiva ao extremo! Sempre acho que o problema sou eu, que não fiz o meu melhor, que sou feia, gorda, chata, blá, blá, blá e seus fricotes;
  • Me apego fácil demais;
  • Amo fácil demais (pode não parecer, mas isso é um defeito);
  • Fico deprimida com muita facilidade;
  • Me irrito com muita facilidade;
  • Falo muito alto;
  • Como besteiras demais (tá, isso eu posso mudar. Aliás, to tentando);
Parei por aqui... essa lista está, realmente, muito grande. Alguns defeitos são considerados "defeitinhos", mas esses são os menos visíveis, e que podem fazer um estrago no dia de alguém.

Proponha-se essa tarefa: enumerar seus defeitos reais. Com certeza, a partir disso, você enxergará que, os piores defeitos que você aponta em alguém, podem ser nada, comparados aos seus. 


Ah... E, por favor, pare com essa baboseira de que o seu maior defeito é a sinceridade. Até isso é uma mentira. Afinal, se falássemos tudo o que pensamos sobre todos, a todos... Ninguém teria amigos. Seríamos todos faladores solitários.


Post "slap". Um tapa na cara. Principalmente na minha. Estou tentando mudar, tentando ser menos hipócrita e mais "conhecedora" de mim mesma. Não posso me propor a conhecer, enxergar e aceitar alguém, enquanto não fizer isso comigo mesma. Comecei essa tarefa. E comecei pelos defeitos. Já me fez um bem danado. 

As palavras são soltas, os pensamentos complexos, paradoxais e perturbados. Mas o coração tá botando pra fora, para que você veja, sinta e pense junto comigo. Espero que tenha sido uma boa leitura.

Um beijo!





Agatha Mesquita ♥


sábado, 7 de julho de 2012

Gosto, não gosto!



Eu gosto de café!
Eu gosto de bolinho de chuva com recheio de banana, feito pela minha mãe.
Eu gosto do meu travesseiro da Moranguinho.
Eu não gosto de carne de panela.
Eu gosto de cafuné de amigo.
Eu gosto do abraço apertado da minha amiga.
Eu gosto de andar bem devagar, na calçada da praia.
Eu gosto de comida japonesa.
Eu não gosto de roupas amarelas.
Eu não gosto que me chamem de “amarela”!
Eu gosto de ir à missa.
Eu gosto de ir para o barzinho, beber, comer churrasquinho e rir até doer a barriga, com os meus amigos.
Eu gosto de ler livros de romance.
Eu gosto de romances.
Eu choro com romances.
Eu quero um romance!
E eu gosto dessa poesia.
Desse amontoado de palavras, dessa lista de “gosto não gosto”.
A minha poesia não tem rima, mas tem lembrança.
E tudo isso me lembra que...
Entre tantos “gosto e não gosto” que tenho na vida...
Encontrei um “gosto” que eu gosto.
Encontrei um “quero” que eu quero.
Sim, gosto de VOCÊ!
Sim, quero VOCÊ!

Muda


Mil palavras eu poderia dizer. Mil palavras pra te convencer que ao meu lado tudo seria diferente. Eu seria a sua menina, com lindos olhos e carinhos infinitos. Você seria o meu menino, com beijos na testa e um sorriso só meu. Talvez, com mil palavras, eu pudesse te convencer, abrir teus olhos e em ti viver...
Mas eu prefiro o silêncio. Emudeço a boca, a ponta da caneta e os dedos. Nada de mil palavras. A prosa é muda e a poesia se cala.
“Eu tenho fé na força do silêncio”. Cidadão Quem gritou aos meus ouvidos essa confusão, que coloca em minha mente um parafuso a mais.  Silenciar! Sim, silenciar. Mesmo que a minha vontade seja gritar aos quatro cantos do universo o quanto te amo, o quanto te quero. Silencio, pois é uma voz que não pode soar, são palavras que não podem sair.

E, se não podem sair, a medida mais uma vez se afirma como certa. É hora de silenciar. Emudecer e sufocar esse amor, até que ele morra. Pode até parecer trágico aos seus olhos... Porém, mais trágico seria perder-te por amar-te.



"Desamparada, eu te entrego tudo - para que faças disso uma coisa alegre" - [Clarice Lispector]