sábado, 4 de fevereiro de 2012

"A amizade é um amor que nunca morre"


 - Ele tem chulé! Só pode ser isso!
- Amiga, desencana! Pára de procurar defeitos nele, que você não vai encontrar!
- Ah, eu acho sim! Nem que seja um dedinho torto!
- Só você, amiga, pra me fazer rir feito idiota, sozinha em frente ao computador! 

Tânia e Cristina eram carne e unha. Amigas desde os tempos de escola. Embora cada uma tenha seguido uma carreira diferente, sempre se encontravam, se ligavam, se falavam por sms, redes sociais e, se bobear, até por telepatia. Era uma amizade daquelas que estão cada vez mais raras de se encontrar.

Os tipos de caras aos quais se interessavam eram completamente diferentes. Tânia gostava dos mocinhos, aqueles com cara de bonzinhos, inteligentes e que adoravam ficar horas e horas batendo papo, rindo e fazendo carinhos inocentes. Os ditos românticos, sabe? Já Cristina não perdia tempo com chocolate derretido em cima de um torrão de açúcar com gotas de mel. Gostava mesmo era dos valentões, ogros metidos a machões, daqueles desejam menos papo e mais ação. Mesmo assim, suas opiniões tão diferenciadas acerca do que era um relacionamento, ou de qual era "o melhor tipo de homem" não as afastava. Pelo contrário, dava mais corda ainda aos papos que sempre viravam a madrugada... Com direito a altas gargalhadas, assustando aos que dormiam nos quartos ao lado dos seus. Era um tal de "o meu faz assim", "ah, o meu não, ele faz assado", e por aí vai. 

E como falavam!!!

Seus atuais namorados, quando saiam juntos, já tinham até criado uma espécie de ritual. Quando chegavam ao barzinho, sentavam-se juntos, já pediam uma cervejinha e uns petiscos, pois sabiam que elas iriam papear a noite inteira. Sobre o chefe mau humorado, sobre o decote descarado da nova secretária, sobre as peripécias que cada uma estava realizando com o namorado... Enfim, era um misto de palavras, risadas, confissões e muita diversão, a noite inteira. Não sobrava espaço para os namorados. Não naquelas noites. E eles, a cada vez que se encontravam, comentavam a mesma coisa: "como essas duas conseguem encontrar tanta novidade, tanto assunto pra conversar e não repetir a mesma fofoca?". Elas repetiam sim, mas repetiam com mais detalhes, mais "então, ele me disse que foi assim..", "não, não, ela deixou escapar outro dia que foi desse jeito...".

Ambas sentiam um amor incondicional pela outra. E tinham certeza que, por mais que a vida as levasse por caminhos diferentes, por mais que conhecessem pessoas diferentes e que agregassem outros grandes amigos às suas vidas, seriam eternamente melhores amigas. Seus corações estavam entrelaçados num emaranhado de lembranças, emoções e confissões que ninguém, jamais, conseguiria desatar.

Até mesmo quando Tânia colocou na cabeça que Cristina a estava trocando por aquela "loira-sem-graça-metida-a-besta" que havia acabado de entrar em seu escritório e ela a convidou para o seu aniversário.

O ciúme que sentiam uma pela outra era tal que até os namorados se sentiam desprezados. "Porque você tá falando com ele? Você sabe que ele é meu ex e que eu ODEIO ele!", "Mas, amiga, ele é meu chefe!", "não quero saber, você sabe que ele me fez mal, aliás, maldito o dia em que você me apresentou àquele crápula!!!". Eles pensam que, se fosse com eles não seria assim. Mero engano, elas eram um poço de ciúmes com os namorados, mas, ao invés de "baixar o barraco" com os fofos, elas desabafavam uma com a outra, pra não os deixarem perceber o lado "leoa-violenta-que-está-pronta-pra-rasgar-a-cara-daquela-biscate" e mostrarem apenas seus lados amorosos, com carinhos e tudo mais. 

Sentiam-se completamente à vontade uma com a outra. Até no silêncio se entendiam. Muitas vezes, conversavam por olhares.

E nas situações turbulentas da vida, uma sempre esteve lá pela outra. Quando o pai de Cristina faleceu ou quando Tânia perdeu o emprego que tanto gostava e, por consequência teve que abandonar a universidade. Apoio financeiro, moral, colo de amiga, tapa na orelha, o que fosse... elas sempre se apoiavam, sempre se ajudavam. Se brigavam? MUITO! Me diga uma coisa: quando, nesse mundo, você viu duas mulheres serem amigas e não brigarem? Aposto, aliás, tenho certeza, que a resposta é NUNCA! 

Mulheres brigam. Ponto final.

Tânia e Cristina brigavam muito. Mas cinco minutos depois estavam rindo das besteiras que falaram. Porque  amiga é pra isso mesmo, diziam. Quando uma achava que a outra estava errada, não hesitava, não pensava duas vezes em falar. "Larga mão de ser idiota! Esse cara só quer brincar com você, sua burra!", "Mas, e se eu quiser que ele brinque comigo?", "então vai ser idiota em outro canto e depois não venha chorar as pitangas no meu ombro, O tapada!!!". Mentira, ela seria a primeira a correr com um lenço, a ponto de não deixar nem a primeira lágrima cair.

Elas não se escolheram, não se denominaram amigas. Simplesmente aconteceu. Deus cruzou seus caminhos e elas não puderam nem questionar o porquê. Mas, todos os dias, agradeciam ao Pai pela bênção de ter encontrado alguém tão especial, tão verdadeiro, alguém com quem pudessem contar a qualquer momento. E sempre pediam a Ele que essa amizade continuasse até o final de seus dias, até ficarem velhinhas e começassem a reclamar que "o velho esqueceu de abaixar a porcaria da tampa da privada pela 23659812ª vez".


Essa é a primeira vez que me arrisco numa "histórinha". Mas me diverti muito ao escrevê-la. Mais que isso, me inspirei nas minhas amigas e sei que, quando lerem, com certeza, elas se identificarão. Espero que tenha sido uma boa leitura pra você e que lhe deixe uma boa mensagem. Seus amigos de verdade são aqueles que Deus colocou no seu caminho para lhe mostrarem o seu pior e o seu melhor. Às vezes, você pensa que, pela distância ou pelo contato estar cada vez menor, o amigo está esquecendo de você... Mas saiba que, se for seu amigo de verdade, ele leva você no coração, pensa em você todos os dias e, principalmente, pede a Deus todos os dias pela sua saúde, pelo seu sucesso e agradece sempre à Ele pela sua amizade e pelo seu amor. E a saudade só faz o amor aumentar, né? Além de tornar especialíssimo o momento do reencontro. O amor do amigo é sempre puro e verdadeiro, acredite! 

Diga hoje aos seus amigos o quanto os ama. Não perca tempo.

Um grande beijo.



"Foi Deus quem consagrou você e eu para sermos bons amigos, num só coração. Por isso, eu estarei aqui, quando tudo parecer sem solução." (Amigos pela fé - Anjos de Resgate) 



8 comentários:

  1. Aaahhhhhhh...
    Eu tenho que comentar!!! PQP!!!! Linda estória, lindas coincidências... Emocionante, parecido, igual talvez?
    Claro, pq não? A vida é feita de estórias, e histórias não é mesmo??
    Ameiiiiii Gathinha!!! Amo vc, e me sinto inspirada cada vez que te vejo, a chegar cada vez mais longe.. S2
    Parabéénnnssss..

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    1. Ooooo meu amor... Muito obrigada pelas palavras, pela amizade e pelo amor.

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  2. Bela Histórinha ami, vc é d+ ameeeeei..
    Espero contar com a sua amizade até ficarmos velhinhas *-*
    Agradeço muito a Deus por ter conhecido, alguém com uma luz tão linda como a sua.

    Tudo que é verdadeiro é eterno!!!

    Beijoooos ami.
    Tati :))

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    1. Eu é que agradeço, amiga! Por ter você sempre alí pra me apoiar em tudo!

      Amo você!

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  3. Ameeeeeeeeiiii.. e me identifiquei com quase tudo hahahaha


    Te amo demais amiga!!!!

    Por telepatia sempre...

    Beijos Bela

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    1. Nossa telepatia funciona mesmo, né? hahahahahaha

      Obrigada por TUDO, amiga!

      Amo você!

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  4. Ahhh a amizade, tão doce, tão presente em nossa vida que nos torna ainda mais felizes com esses maravilhosos anjos enviados por Deus.Me identifiquei muito com esse post e o achei maravilhoso, cada palavra representa um mundo de sentimentos que o coração simples sente e se torna envolvente num caminho de fé...a amizade!

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  5. Putz, demorei pra ler o texto, mas realmente: foi perfeito.
    Isso foi telepatia hã? kkkkk

    Ai, a amizade... ainda estou esperando pra realmente MATAR a saudade, daquele jeito que eu te falei que esperei por quase 5 meses...

    Te amo amiga s2
    E continue escrevendo crônicas assim... eu adoro *o*

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